Já aqui devo ter dado a entender várias vezes a dificuldade que sinto em pôr de lado o passado e recomeçar a viver de novo. Viver na verdadeira acepção da palavra, em termos amorosos/relacionais. É difícil voltar a confiar. Mesmo que não seja na mesma pessoa. Mesmo que não tenhamos razões reais para desconfiar. Se há algo remotamente semelhante com algum episódio do passado, o primeiro pensamento que me assola é «estás a ser enganada...»
Uma das poucas coisas que me ficou das duas únicas sessões de psicoterapia que fiz na vida foi a explicação racional desta dificuldade em voltar a confiar... Não quero pôr-me numa posição de fragilidade, de permitir que alguém me magoe outra vez... Damn, you're right, lady! Porque é que havia de deixar?! Porque se não me permitir colocar outra vez nessa posição... e quem sabe mais uma dúzia de vezes, nunca mais vou viver um amor intenso?! Ah, pois é... Eu SEI disso... Agora... PERMITIR...
Tenho muitas saudades do irlandês. Vou vê-lo amanhã. Mas sei que, mesmo que ele me dissesse que encontrou outra pessoa, a vida continua. Agora, será porque não me entreguei incondicionalmente ou porque, simplesmente, aprendi que não se morre de amor? Ou será que, apesar de não aceitar convites «para café» ;-) nunca afastei por completo os «pretendentes» e isso, de alguma forma, me transmite segurança para a minha máxima... «Os homens são como os comboios, perde-se um, apanha-se outro!»? Já sei, é mau... Mas ao menos é sincero! E como nunca jurei fidelidade nem exclusividade, não é desonesto... Como, para mais, não sei como é que ele encara a relação nesta questão... Enfim...
Beijos!