Comecei novamente um post tentando usar o telemóvel. Desta vez correu bem...
Recebi uma mensagem de uma "conhecida" (e digo isto porque não nos acho íntimas o suficiente para sermos "amigas", que dizia que está farta da vida. Pondo de parte o objectivo da mensagem em si, penso na vida dela e na minha. Do pouco que sei, de alguma forma é parecida com a minha. O primeiro «casamento» não correu bem, tem dois filhos saudáveis, tem uma mãe um pouco "invasiva" mas cujo apoio é essencial. Vai no segundo casamento, e aí começa a diferença. Podia-se pensar que encontrou a alma gémea, que era o que ela pensava, mas está a parecer outra coisa. A forma como a começou a tratar assim que casaram mudou. A razão porque casaram, também não a entendo... Mas o problema pode ser da perspectiva... Vivi junta 7 anos, tive 2 filhos e nunca entendi a necessidade de casar... Mas onde eu quero chegar é que, penso eu, ela casou pensando, como tantas outras, que tinha encontrado o príncipe encantado... E o problema é que, nem depois de muitos beijos (e não só!) o sapo ainda não se transformou...
Porque é que será, que nós, mulheres, continuamos a ter a estúpida ideia de que existem príncipes encantados? O ritmo a que vivemos, nos dias de hoje, não nos facilita uma boa reflexão acerca de alguns assuntos. Ocorre-me, por exemplo, o auto-conhecimento. Já alguma vez pediram a uma pessoa para enumerar as suas qualidades? E os seus defeitos? Enquanto que à primeira questão respondemos com um sorriso mais ou menos malandro, à segunda ficamos indecisos. Teimosos? Ok, todos somos um pouco... Desarrumados? Isso já cai mal... Irresponsáveis? Ui... E mesmo que reconheçamos em nós alguns dos piores defeitos, a grande maioria das pessoas não o vai admitir a alguém que quer conquistar... E até para isso é preciso que se conheça a si própria o suficiente para saber quais são os seus defeitos... E sabedoria para distinguir qualidades de defeitos...
E dito isto, em jeito de auto-análise, deixa lá enumerar os meus... Ora bem...
a. Problemas de intimidade... Não vale a pena explorar os porquês, mas, tirando os meus filhos e as pessoas por quem eu tenha um interesse, digamos, físico, não me sinto confortável com abraços. Ok. Tá dito. Despertei para está realidade no dia do que me despedi de uma boa amiga, achando que nunca mais a iria ver... Pensei que ia chorar baba e ranho e nem uma lágrima derramei... E abracei-a, claro. Mas achando aquele momento «estranho»... Vamos lá ver como vou resolver isto, porque sei que preciso de resolver. Penso que passará por reconhecer a origem...
b. Mania da superioridade... bom... sou perfeccionista... tudo o que faço tento fazer sempre o melhor que posso... Ainda hoje, no yoga, olhei um senhor a realizar um exercício e pensei «Porra, ele consegue fazer melhor, bastaria estar mais atento!»... Mas (e devo estar melhor nesta área, é bom ter atingido os 30 ;-D) depois pensei... «Nem todos podem ter a obcessão por fazer tudo milimetricamente perfeito como tu...» E neste ponto é complicado para mim distinguir onde começa o defeito e a qualidade, porque eu não consigo entender quem passa pela vida com uma atitude de «fazer por fazer»... Será que são esses que estão certos?
c. Falta de generosidade. Egoísmo? Não sei. Talvez. Quem me conhece pessoalmente diz que é por ser filha única. Gostava de ser mais generosa. Às vezes, tento. Mas não consigo. Quando vejo alguém de mão estendida a pedir, penso sempre porque é que essa pessoa não trabalha... Oiço tantas histórias de quem pede porque não quer trabalhar... Enfim.
d. Teimosa (dizem). Eu não acho. Quando não tenho a certeza não teimo... Só teimo quando tenho a certeza... (todos os teimosos dizem isto, não é? lol)
Bom, devo ter muitos mais... é só falar com o meu ex e ele enumera mais uns 20... :-D Mas não seria propriamente uma opinião imparcial, não é? Conforme me for lembrando vou pondo umas adendas...
Bjs
Trintinha