Penso que, felizmente, me consegui afastar deste tema o suficiente, no blog. Porém, hoje, tive uma «discussão» com uma amiga, que muito me fez pensar sobre este assunto.
A estatística que eu lhe dei, na qual acredito fielmente, é que existem cerca de 0,01% de homens que são capazes de ser «fiéis». Ora, se somos cerca de 11 milhões, se nem metade são homens... Enfim... Muito mau... Depois temos os demasiado novos, os demasiado velhos... Os que são tão fisicamente não-atraentes que não têm essa hipótese...
Depois a palavra em si, «fidelidade»... Não gosto dela. Faz-me lembrar demasiado os cães. Esses sim, são fiéis. Os homens ou as muheres, podem ser «leais», quanto a mim. Porque até podem ter tido um caso, uma aventura, um flirt... Mas podem ter a honestidade e lealdade suficiente para chegarem à pessoa com quem assumiram o compromisso de viver uma vida a dois (não a três, quatro ou cinco... ou sei lá) e dizer o que se passou. Pelo contrário, a realidade que eu conheço é que o escondem com todas as forças.
E depois, porque é que continuamos a acreditar que o outro pode ser leal para connosco... Deve ser bem reconfortante pensar «Ah, sim, a pessoa com quem estou pertence aos 0,01%»... A incerteza é desconcertante, e creio que o nosso cérebro prefere imaginar um cenário tranquilizador, não o pior possível. Há jogos e exercícios muito engraçados que mostram isso mesmo... Que a nossa mente não consegue suportar o vazio, a incerteza, por isso «monta» um cenário muito próprio... se não, enlouqueceríamos...
Depois discutíamos a questão do tipo de relacionamento, do que se espera de cada um deles... Ela voltou a viver com um homem, coisa que eu não consigo conceber desejar neste momento... Ela não entende isso e acha que é apenas uma coisa, que me vai passar... Penso que deve haver um meio-termo... Entre sexo com quem calha e um namorado... Não há intermédio? Pois é esse intermédio que eu quero, pois não acredito em namorados fiéis/leais. E farta de ser leal a quem não o é para comigo estou eu farta...
Encontrei este texto de António Lobo Antunes, publicado publicada na Visão nº 804 de 31/Jul/08. Não consegui encontrar o link na própria página da Visão, mas aqui fica.
Como é natural, não concordo com uma ou duas frases... como já aqui disse, nem todas as mulheres gostam de estar «abraçadinhas» depois do sexo, por exemplo... Mas há outras, ai, ai... Parece que o escritor esteve a ver a minha vida nos últimos meses...
Beijos!
Trintinha
«AS MULHERES TÊM FIOS DESLIGADOS
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Estava a pensar num episódio de hoje à tarde, quando um amigo me disse que estava "mais ou menos"... Eu brinco com a situação, digo que só a morte não tem remédio e que as mulheres não merecem tanto desalento. Nem os homens. Mas penso mesmo assim. Há uma data de frases boas, sabedoria popular, acerca disto: "Há muito peixe no mar", "Os homens são como os comboios, perde-se um, apanha-se outro" e, last but not least, "não há fome que não dê em fartura"...
Claro que a vida não é justa, e se, para alguns, a escolha é vasta, outros terão que adequar o seu grau de exigência. Pena é que, na maioria das vezes, (quase) tudo seja julgado pelo seu exterior, quando é o interior que mais interessa.
Devia de haver uma base de dados onde se pudesse introduzir um nome e nos dessem a avaliação da pessoa em vários parâmetros. Grau de inteligência de uma forma comum, de inteligência emocional, de egoísmo, de sentido de humor, de meiguice (não me ocorre palavra melhor), de generosidade, de lealdade, de sentido de humor, de maneiras... Sei lá... Tantos parâmetros se podiam pôr... E claro, se pudermos ter um interior belo e um exterior aprazível...
Muito exigente? Talvez. Mas acho que o posso ser. Acho que quero qualquer coisa equivalente ao que ofereço. Por isso não acho que seja pedir demais. E tenho tempo para esperar... E isso faz-me lembrar outro pensamento «se ainda não encontraste o homem certo... diverte-te com os errados»!!!
Mas, tentando terminar a minha linha de pensamento, dou forças aos outros quando muito boa gente se atiraria para cima da cama a chorar... Mas eu vejo sempre o copo meio cheio e não vejo motivos para me deprimir... Talvez um dia as minhas forças se sumam e alguém me "abata"... Nessa altura espero que algum amigo ofereça um peito e uns braços fortes onde eu possa retemperar forças e sentir finalmente os benefícios de um protector...
Para terminar, hoje é que fui mesmo ao cinema. Sozinha. Porque também continuo a pensar que «antes só que mal acompanhada»...