Será que existe uma data antes da qual, depois de uma separação, uma pessoa não consegue entregar-se incondicionalmente? Diz-se que a primeira relação depois de um divórcio está condenada ao insucesso e eu concordo plenamente com esse pensamento.
Será que alguma vez nos entregamos realmente incondicionalmente, para além da primeira vez que nos apaixonamos?
Penso que há pessoas que nunca se entregaram, nem da primeira vez que sentiram o coração a bater mais forte... outras que se entregam de todas as vezes como se fosse a primeira. Será que acabam mais magoadas quando tudo acaba? Ou gozam de uma espécie de imunidade, que lhes permite avançar e curtir cada relação como se fosse a primeira?
Quem me conhece sabe que sou directa, que não gosto de deixar coisas por dizer... Não gosto de viver as coisas pela metade. Talvez por isso esta problemática sempre me afligiu um pouco. Tenho perfeita noção de que as pessoas com quem me relaciono passaram por situações exactamente iguais ou piores do que as minhas. Por isso, quando duas pessoas se envolvem, para além de todos os problemas inerentes à relação em si, há ali dois passados a puxá-los ainda mais. E normalmente, puxam-nos para baixo...
E será que vale a pena viver relações "mornas" porque os fantasmas dos passados não nos saiem da cabeça? Para isso não vale mais a pena estar sozinho(a)?
