Os meus amigos sabem que não sou feminista. Nem o oposto. Sou pela verdade, pela justiça. Tanto sou capaz de achar que é capaz de ser chato ser homem por ter de fazer a barba todos os dias, ou ser suposto sacar sempre da carteira para pagar todas as contas, como sou capaz de ficar revoltada e não aceitar pacificamente o vosso "condicionamento genético" de espalhar a sementinha.
Mas, em conversa com um deles, nomeadamente sobre sexo (oh, que coisa estranha, eu, a falar sobre sexo!), surgiu-me uma questão. Se um de vós chegar ao pé de um grupo de amigos e contar as duas ou três coisas mais arrojadas que acabou de pôr em prática com determinada mulher, serão uns grandes machos. Invejados, olhados com soberba. Se a gaja for boa e os amigos acharem que não é para o bico deles, diria mesmo elevados à categoria de deuses. Já nem vou tecer considerações sobre o que o grupo dirá da mulher. Da que partilhou os mesmos actos com o referido homem. Talvez vocês me digam como é.
Agora, imaginemos a mulher a chegar ao seu grupo de amigas e contar cada detalhe das coisas que ambos fizeram. Coisas assim mesmo kinky, eu diria deliciosas. Será julgada. Rotulada. Olharão de soslaio. Afastarão para sempre namorados e maridos daquela que admite à boca cheia que faz isto ou aquilo na intimidade, com quem de direito. Pensando bem nisso, só tenho uma amiga a quem confessaria, e talvez mesmo assim sob tortura, o que faço ou deixo de fazer.
Sou eu que tenho um grupo de amigas muito conservadoras ou o normal é mesmo como a Carrie/Charlotte/Miranda/Samantha?