Considero-me uma trintona média, logo, representativa da Classe... mas posso estar enganada...

28
Mai 11

 

Estou a tomar o meu café matinal quando ao meu lado uma mulher pede qualquer coisa para beber e um pão com manteiga. O meu primeiro pensamento é "vai pagar uns 2€ por uma coisa que em casa lhe ficava por 50cts". É assim que o dinheiro se vai, mas são opções de cada um. Quando se enganam e quase me dão o pão a mim, ela ri-se e diz que pensa que seja para ela.

 

Sorri. Quando sorri nota-se-lhe a falta de um dente. Nem é daqueles lá de trás, que, enfim, não se nota muito a não ser que seja um daqueles sorrisos em que se vêem as cuecas. Um da frente mesmo.

 

Confesso, fiz um juízo de valor. Pensei "tem dinheiro para tomar o pequeno-almoço todos os dias no café [o pessoal do café sabia o que ela queria antes de ela pedir] mas não tem dinheiro para pôr um dente, nem que seja uma prótese".

 

E aí miro-a discretamente para ver mais pormenores. Unhas de gel, compridas, rosa-choque.

 

Vim-me embora.

publicado por Trintona(inha) às 11:32

20
Abr 11

Fiz os 12 anos da minha instrução "básica" em 12 anos. Fiz o bacharelato em 1 ano. Fiz o ano para equivalência à licenciatura em 1 ano. Estou a oito semanas de acabar um mestrado de 2 anos em dois anos. Toda a minha vida trabalhei, desde os 20 anos de idade, já na profissão que tenho agora. No 12º ano, como a minha escola só o tinha à noite, fui trabalhar para um restaurante. Fez-me bem, cresci. Não fujo aos impostos. Vou perder subsídio de Natal e de férias, no supermercado pago mais 20% do que o ano passado, gasolina não se fala, EDP, água, gás upa upa.

 

Se fico com vontade de dar um estalo no focinho de uma miúda a quem os meus impostos já pagaram um aborto, lhe pagam a contracepção sempre que ela o deseje, e que me diz que quer engravidar aos 17 anos, não tem namorado mas que "namorado arranja-se"?!

 

Se me tenho de segurar quando me responde que as amigas da idade dela que têm filhos pequenos não trabalham, vivem "à conta" da Segurança Social?

 

Tenho. Tenho de fazer um esforço sobre-humano.

 

E continuo a achar que não sou eu que estou errada. É este facilitismo, que seria igual para quem cá nasceu, mas que existe também para quem está em Portugal há meia dúzia de meses e nunca contribuiu com um tostão para a Segurança Social que os sustenta.

 

Dá vontade de lhes bater. Aos que mamam e aos que inventaram este mamar.

publicado por Trintona(inha) às 18:22
sinto-me: revoltada!!!

18
Abr 11

 

De cada vez que entro no carro após pôr gasolina (mais um record no preço, mais valia aumentarem logo para os 2€ o litro e ficarem quietos uns dias) zero o consumo, para fazer uma viagem sabendo o consumo médio. De cada vez que acelero lembro-me de que estou a gastar muito mais do que o essencial e tiro o pezinho do pedal, ou aligeiro, pelo menos. Isso lembrou-me um termo, que creio não existir ainda. Tento ser eco-consciente já algum tempo e agora tornei-me muito mais dinheiro-consciente. Quando os meus filhos deixam as luzes acesas desnecessariamente, lembro-me do consumo. Quando me apetece ir dar uma volta, lembro-me do preço da gasolina. Quando me apetece ir tomar o pequeno-almoço ao café lembro-me de que me cobram pelo galão o valor de dois litros de leite no supermercado. Quando os meus filhos me pedem para ir ao cinema lembro-me de que os 20€ podiam ser gastos em roupas para eles, por exemplo. Quando me apetece folhear uma revista vou a um site onde leia sobre os temas que me apetece ler.

 

Não é que fizesse gastos malucos, como via e vejo muitas pessoas ao meu lado fazer, mas confesso que nos últimos meses me tornei ainda mais preocupada com os gastos. Onde cortar mais?

 

No cabeleireiro? No telefone? Na net? Nas roupas? Já são luxos que tento limitar ao máximo. Não sei o que fazer mais. Dinheiro já não sobra há quase dois anos. O que fazer mais?!

publicado por Trintona(inha) às 21:17
sinto-me: Down
tags:

16
Jun 09

 

 

Hoje alguém conseguiu o feito de me surpreender. É coisa cada vez mais rara.

 

Mas hoje, uma pessoa conseguiu. Conseguiu ser tão falsa, tão hipócrita, tão dissimulada, que me surpreendeu. Pela negativa, é certo. Ainda consigo ter a inocência de me surpreender com situações como esta, o que é bom, de certa forma. Significa que ainda tenho uma réstia de esperança na natureza humana. E que ainda acredito. Para o bem e para o mal.

 

Vou ver se a almofada é realmente a melhor conselheira. Amanhã volto.

 

publicado por Trintona(inha) às 01:00
música: Nada hoje!
sinto-me: Triste, desanimada, vazia...

22
Jan 09

Então, a pedido de várias famílias, aqui vai um post sobre o que é uma clutch. E alguns esclarecimentos adicionais.

 

Uma clutch é uma daquelas malinhas ridículas que nós, mulheres, usamos em eventos especiais. Casamentos, bailes de gala... enfim.

 

Aquelas onde cabe o telemóvel, se for dos fininhos, a chave do carro mas sem o comando à distância, um cartão de crédito e, se for generosa, um baton.

 

Ou seja, daqueles que serve para enfeitar.

 

Mas, infelizmente, daquelas que quase todas nós adoramos.

 

Vide exemplo abaixo:

 

 

Agora, para que saibam, aqui vai a descrição desta clutch em particular, que está à venda no  site da Neiman Marcus:

 

"The Prada Croc Logo Clutch is priced at (hold your breath) $8,990."

 

Não sei a como está o dólar nestes dias, mas deve equivaler a bem mais do que 9000 euros. Também não sei com precisão, nem me apetece pesquisar, o valor do ordenado mínimo em Portugal, mas deve ser, seguramente, o equilavente a 20 ordenados mínimos. Certo?

 

É ou não de pensar que está tudo louco?!

publicado por Trintona(inha) às 16:51
sinto-me: Quase deprimida!
música: Pink - Stupid Girls

20
Jan 09

 

Folheando uma das revistas que tanto gosto de ver, encontro uma clutch que custa aquilo que eu demoraria quase três meses a ganhar no meu emprego actual.

 

Vários pensamentos me atravessam quase instantaneamente o cérebro:

 

1. Porque raio continuo a comprar estas revistas que só me deixam momentanemante deprimida, porque não vislumbro uma altura em que poderei auto-oferendar um artigo destes?

 

2. Porque raio me dá, ao mesmo tempo, prazer em ver coisas tão luxuosas?

 

3. Que raio de justiça social e/ou divina é esta que permite que milhões de mulheres passem o mês inteiro a trabalhar e não tenham dinheiro para comprar uma peça de roupa nova, ou que possam sustentar condignamente os seus filhos... e algumas, que, certamente uma grande maioria, nem sabem fazer outra coisa que não compras, gastem numa mala, nuns sapatos ou num vestido o que algumas têm que esticar durante sei lá quantos meses para pôr comida na mesa?

 

4. Uma clutch, mesmo que em pele de crocodilo vale aquele dinheiro? Porquê?

 

5. O que é que o pobre do crocodilo fez para merecer morrer para que uma gaja qualquer ande com a sua pele nas mãos, ou um gajo nos pés? Será que, se houvesse uma espécie superior a nós, nós acharíamos alguma piada a que nos matassem só para retirar as peles?!

 

6. Porque é que, sempre que tenho um tempinho livre, tipo esperar por alguma consulta... tenho vontade de comprar estas revistas?

 

Que nervos!

publicado por Trintona(inha) às 20:46
sinto-me: Grrr
música: Norah Jones - Come away with me
tags: ,

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