O post de hoje é inspirado em junk mail. Mas não é um junk mail qualquer. É um mail cujo conteúdo não cheguei a vislumbrar, mas cujo título dá que pensar.
"E se soubesse o dia da sua morte?"
E se? Bom, suponho que, logo à partida, a resposta se divide em dois cenários: tendo em conta que sou uma mulher de trinta anos, digamos que a minha morte se situava nos próximos dois anos. Era um sapo difícil de engolir. Se fosse daqui a vinte, pensava talvez nos meus netos, que, provavelmente, já não conheceria. Se for daqui a quarenta, só desejo que seja algo do foro cardiovascular e não do oncológico, para ser rápido. Já agora, no sono, para eu não me stressar.
Mas voltando atrás, porque esta questão é difícil de equacionar é quando é colocada a curto prazo. Curto demais.
O que é que eu faria se soubesse que a minha morte chegaria em, digamos, 6 meses. A não ser que fosse uma questão médica e pudesse ficar de baixa, a primeira coisa que desejaria fazer era deixar de trabalhar. Sempre seriam menos sete horas por dia desperdiçadas.
Uma questão que me vem à memória de vez em quando, mesmo não sabendo a hora da morte, é a questão da guarda dos meus filhos. Não sei se é difícil deixar isso por escrito, ou se, no caso de haver contestação à minha "vontade", se algum juíz iria tomar sequer em consideração o que eu havia escrito. Mas era uma coisa que faria rapidamente, averiguar isso e tomar medidas...
Depois viria a questão material dos meus filhos, verificar os seguros da casa, eventualmente burlar aí uma seguradora qualquer e fazer um chorudo seguro de vida!!! Lamento, mas o sustento dos meus filhos é mais importante do que os lucros de uma qualquer empresa...
Por último, mas nem por isso menos importante, viria então aquilo que eu faria, se pudesse, de um ponto de vista material, em relação à minha "farra". Quereria fazer uma última viagem. Onde, dependeria do orçamento... Veneza? Alasca? Amazónia? Não sei... Há tantos sítios lindíssimos que eu não conheço...
Curtiria, com toda a certeza, todos os momentos que me são dados, todos os dias, com as pessoas de que gosto ou amo.
E porque é que não fazemos isso sempre? Porque assumimos como um dado adquirido a vivência de muitos e muitos mais dias... Mas não podíamos estar mais errados...