Considero-me uma trintona média, logo, representativa da Classe... mas posso estar enganada...

08
Jan 09

 

Já comecei a escrever este post uma vez. Guardei-o nos rascunhos, porque é um tema intenso, que exige muita precaução com as palavras. Depois acabei por apagar, porque relatava de alguma forma uma situação que já me foi próxima e não quis ir por aí. Vamos ver como corre esta tentativa.

 

O que é que leva alguém, homem ou mulher, a exercer violência física ou psíquica, sobre outra pessoa?

 

Para já, porque pode. Não tenho dúvidas que se a pessoa sentir que vai ter uma resposta à altura, não o vai fazer. Se for uma estalada, se pensar, ou tiver a certeza, que vai receber outra "em troca", vai pensar bem antes de o fazer. E aí entra a auto-estima da pessoa agredida em acção. É muito fácil levantar a cabeça e ser altiva, agressiva, rude fora de casa. Em casa é que a pessoa se revela realmente. Quantas mulheres existem (ok, são as mulheres as maiores vítimas deste tipo de abuso, mas queria realçar só que não são exclusivamente elas) que se vem a saber mais tarde que foram agredidas durante anos a fio, fora de casa parece que são imensamente felizes, passam o dia a falar bem dos companheiros/maridos e são tão altivas que ninguém acredita incialmente terem sido agredidas/abusadas, logo em casa?

 

As razões pelas quais há esta passividade por parte das vítimas são também de diversa ordem... Dependência económica, falta de apoio familiar, uma auto-estima já minada pelo abusador, pelos pais ou por outros motivos... Penso que nós, enquanto sociedade, também contribuimos para que estas situações se perpetuem... Será que temos a atenção necessária ao educar as meninas, para não permitir nunca este tipo de situações? Olhando para os estudos que falam sobre a violência na adolescência, em contexto de namoro, a resposta é um redondo "NÃO". Há pouco tempo tive uma pequena discussão sobre isso... Ouvia contar uma história de uma adolescente que estava aborrecida porque as amigas que já tinham namorado já não saiam com as amigas porque eles "não deixavam" :-O Eu nem acreditava no que os meus ouvidos estavam a captar... E as mães não intervêm? Não estão presentes? E os pais? Se, enquanto namorados "não as deixam", como farão como maridos/companheiros? Cintos de castidade? E o comportamento deles, como é? Deixam que as namoradas os proibam de sair? I think not!!! Sei que vai ser um duro caminho com a minha filha, no sentido de não a educar de forma a não acreditar nos homens, como é, quase a 100%, a minha atitude nos dias de hoje. Mas não quero ouvir a minha filha a dizer que permitiu que um namorado a "proibiu" de fazer o que quer que seja. Ou marido, tanto faz. E o problema está mesmo no verbo. Se o namorado pedir que ela não faça, seja o que for, desde que pague na mesma moeda, está tudo bem...

 

Claro que, penso eu, tem de haver um determinado tipo de personalidade por parte da pessoa que maltrata, que abusa, que violenta. Pessoas possessivas, controladoras, ciumentas... Normalmente é com essa desculpa que tudo começa...

 

Este tema é muito complexo, faltam-me aqui uma série de questões, mas hoje nem estou com a clareza de pensamento necessária para escrever algo em condições. Resta só dizer que nunca fui vítima de violência física. Psicológica não sei. Teria de ser outra pessoa a dar-me uma opinião, porque o limite entre controlo/ciúme e abuso é ténue. Mas de violência física nunca fui porque, da única vez em que isso esteve perto de acontecer, levantei bem a cara, lancei um olhar profundo de desafio e disse "Atreve-te. Experimenta".

 

Talvez depois acrescente aqui algumas coisas...

 

Beijos!

 

 

publicado por Trintona(inha) às 20:47
sinto-me: Pensativa
música: Vambora - Adriana Calcanhoto

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